“Devido à desflorestação e às actividades especulativas, a amazónia corre o risco de tornar-se um novo Sara”. é o grito do bispo antónio Possamai, vice-presidente da Comissão Episcopal para a amazónia
“Devido à desflorestação e às actividades especulativas, a amazónia corre o risco de tornar-se um novo Sara”. é o grito do bispo antónio Possamai, vice-presidente da Comissão Episcopal para a amazóniaNo V Fórum de informação católica para a salvaguarda da criação, promovido pela Greenaccord, estiveram em cima da mesa dezenas de conflitos pela terra e ocupação do território amazónico. Ressalta a desflorestação selvagem para utilizar as terras na criação de gado, monoculturas de eucalipto para produzir carvão, cultivo de cana-de-açúcar e soja.
Por trás de tudo está a obsessão do governo pelo biocombustível, sempre em proveito de latifundiários e investidores estrangeiros, com a cumplicidade dos organismos financeiros internacionais. a destruição da amazónia é financiada pelos mesmos que combatem a desflorestação, esclareceu o prelado.
O Banco Mundial, em 2007 destinou nove milhões de dólares para os matadouros da amazónia, onde são criadas sete milhões de cabeças de gado bovino, a mesma quantidade criada nos países da União Europeia, afirmou antónio Possamai. O governo de Lula da Silva está prisioneiro da ofensiva do capital estrangeiro.
Entretanto a floresta é reduzida a cinzas e os povos indígenas são massacrados. Segundo dados fornecidos pelo bispo, se a desflorestação continuar a este ritmo, teremos uma grande parte dela tornar-se-á savana. Foi neste contexto dramático que a Igreja do Brasil assumiu nos anos 70 o papel de voz profética. Muitos sacerdotes, religiosos e líderes comunitários pagaram o preço das denúncias sociais com a vida.
a Comissão dos bispos católicos para a amazónia nasceu em 2002 e na Quaresma do ano passado os católicos brasileiros foram sensibilizados para o problema.