Nem autoridades, nem milícias rebeldes: a missão de manutenção de paz é demolidora na avaliação que faz do respeito dos direitos dos cidadãos. Ninguém está isento de crimes
Nem autoridades, nem milícias rebeldes: a missão de manutenção de paz é demolidora na avaliação que faz do respeito dos direitos dos cidadãos. Ninguém está isento de crimesTropas governamentais, polícia nacional, grupos estrangeiros e milícias locais. Todas estas forças militariazadas contribuem para a deterioração das condições dos direitos humanos na República Democrática do Congo (RDC), observou a missão de manutenção de paz das Nações Unidas no país (MONUC, na sigla francesa), num relatório divulgado esta quarta-feira.
Datado de abril, o relatório que avalia a situação dos direitos humanos na RDC constatou que tantas as forças armadas – conhecidas por FaRDC – como a polícia (PNC) estão entre os principais infractores, incluindo no rol actos de tortura e violações.
O inspector-geral das FaRDC foi suspenso por ter abatido um rapaz de 20 anos, morador em Kinshasa, a capital, enquanto membros das mesmas FaRDC efectuaram roubos armados, extorsão e muitas detenções arbitrárias.
Outras forças de segurança pública, assim como milícias armadas rebeldes – incluindo a Frente Patriótica de Resistência de Ituri (FPRI) e o Congresso Nacional para a Defesa do Povo congolês (PDNC) – também foram implicados nos abusos dos direitos humanos, incluindo prisões ilegais, espancamentos e detenções.