as autoridades da cidade fronteiriça de Dobley, no Sul da Somália, lançaram um apelo urgente de ajuda aos milhares de deslocados da região do baixo Juba
as autoridades da cidade fronteiriça de Dobley, no Sul da Somália, lançaram um apelo urgente de ajuda aos milhares de deslocados da região do baixo JubaMilhares de deslocados precisam de víveres, água e tendas. Umas 2. 500 famílias [à volta de 15 mil pessoas] chegaram a Dobley nos últimos dois ou três dias, afirmou Mohamed Mahdi, o encarregado da ajuda humanitária no local. Foi construído um campo provisório ao ar livre, junto à cidade, uma vez que os deslocados se tinham tornado demasiado numerosos para as estruturas de acolhimento.
Todos os dias chegam deslocados a pé ou de camião. Não há dia nenhum que não recebamos alguém, declarou o responsável. Uns fogem de Mogadíscio, para escapar à última onda de violência que abalou a capital somali; outros voltam para trás, da fronteira do Quénia, depois de não conseguirem atravessar para se refugiar neste país vizinho.
Segundo um funcionário humanitário, os deslocados apresentam-se famintos, exaustos e traumatizados pelo trajecto a pé. alguns chegam com bebés e não têm nada para lhes dar de comer, nem abrigo para se alojar. a maioria são mulheres e crianças. Os homens são poucos. Levei 15 dias para chegar a Dobley. Deixei Mogadiscio quando a minha mãe e três irmãos foram mortos por uma bomba que caiu em cima da nossa casa. Estou aqui com a minha mulher e as crianças para fugir ao perigo, contou Maadey Oyow, 37 anos.
a insegurança continua a reinar em algumas regiões do Sul da Somália e torna-se difícil às organizações humanitárias organizar a ajuda. Desde o início dos confrontos, em 2007, entre as forças da Somália apoiadas pela Etiópia e os rebeldes, cerca de um milhão de somalis foram obrigados a fugir. Mais de 2,6 milhões de somalis precisam hoje de ajuda e o número deverá subir para 3,5 milhões até ao fim do ano, se a situação humanitária não melhorar, segundo dados das Nações Unidas.