Encerrada a 6 de Junho, a cimeira da FaO produziu um documento final de compromisso assinado pelos delegados, mas que não satisfaz ninguém
Encerrada a 6 de Junho, a cimeira da FaO produziu um documento final de compromisso assinado pelos delegados, mas que não satisfaz ninguémas reacções depois dos dias de trabalho que reuniram em Roma chefes de estado e de governo mostram que entre as nações não há acordo sobre o tema da fome no mundo. Há soluções divergentes e não se conseguiu a coesão unânime que era necessária, afirmou o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros.
a declaração de Roma provocou reacções previsíveis na américa Latina. a argentina opõe-se ao documento sobre segurança alimentar, acusando que deixa pendentes as responsabilidades dos países desenvolvidos. Não nos opomos que os restantes delegados queiram ter um documento sobre a reunião, mas recusamos todo o conteúdo de uma declaração superficial, declarou a representação argentina.
O protocolo da cimeira da FaO – organismo para a agricultura e alimentação das Nações Unidas – foi aceite por consenso na comissão plenária. Mas se se parte de um diagnóstico errado, não se podem encontrar os remédios adequados, sublinhou o delegado o país sul-americano. a distorção das políticas agrícolas, os enormes subsídios e as barreiras comerciais que as nações poderosas praticam, assim como a sua responsabilidade na crise dos preços dos alimentos ficaram fora do documento, sublinhou.
as delegações da Venezuela e Cuba criticaram fortemente a atitude dos Estados Unidos e dos seus aliados por não assumirem o fenómeno da fome negra como uma consequência dos seus modelos de consumo. Deploramos que se tenha perdido uma oportunidade de dar um passo claro para sublinhar que não estamos diante de uma crise conjuntural, mas se prefira manter uma ordem económica internacional injusta e egoísta imposta pelos ricos, comentou a Venezuela.
as representações venezuelana e cubana preferiram aceitar o documento da cimeira de Roma como um pequeno passo e uma pequena luz de esperança para os 900 milhões de famintos do mundo. Equador, Nicarágua e Bolívia também se puseram do lado dos argumentos da argentina, Venezuela e Cuba.