Duas semanas para discutir a proibição de uma militar cujas vítimas em 98 por cento dos casos são civis
Duas semanas para discutir a proibição de uma militar cujas vítimas em 98 por cento dos casos são civis a conferência sobre munições de fragmentação reúne, desde 19 de Maio, em Dublin, capital da Irlanda, os representantes de governos dos quatro cantos da terra. Trata-se de redigir uma convenção que trave ou até mesmo proíba o uso destas armas mortíferas, uma vez que elas têm consequências inaceitáveis.
Nenhum outro protocolo terá suscitado tão grande apoio internacional, depois da assinatura da convenção sobre a proibição de minas anti-pessoais, ratificado por 155 estados. Espera-se que entretanto mais 37 países ratifiquem este tratado, conhecido sob o nome de Tratado de Otawa. China, Índia, Israel, Rússia, arábia Saudita e Estados Unidos são alguns desses países, que também recusam uma convenção que limite o uso de armas de fragmentação.
O objectivo verdadeiramente histórico da conferência de Dublin é negociar os artigos finais que proíbam o uso, a produção, o armazenamento e o comércio destas armas mortíferas. Pretende-se garantir os direitos das pessoas e das comunidades afectadas pelos conflitos. Devemos acabar com os sofrimentos humanos inaceitáveis, causados pelo uso de munições de fragmentação, declarou o ministro norueguês dos negócios estrangeiros, Jonas Gahr Store. Estes sofrimentos não são uma consequência inevitável nem inelutável da guerra moderna. São o efeito de um grupo particular de armas criadas para cenários de conflito diferentes daqueles em que hoje somos confrontados.
Haverá no mundo 200 espécies diferentes de munições de fragmentação, produzidas por 34 países. À volta de 75 países armazenam hoje vários milhões deste tipo de armas. Foram desenvolvidas durante a guerra-fria para serem utilizadas contra os carros armados e a infantaria durante o conflito convencional que opôs as forças do Pacto de Varsóvia e as da Nato.