Foto: EPA / Ibrahim Elmi

Chuvas intensas que causam cheias alternadas com momentos de seca, afetam duramente a população da Somália, alerta o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), adiantando que tal clima é o resultado das alterações climáticas.

Em 2020, ciclones e inundações deixaram sem abrigo mais de 1,3 milhão de somalis, e este ano pessoas de muitas regiões lidam com a seca extrema e a escassez de água, quando outras áreas são afetadas por chuvas intensas. Entre os meses de janeiro e de junho, 68 mil pessoas ficaram deslocadas devido às secas e outras 56,5 mil devido às cheias. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram ainda que 359 mil pessoas se viram obrigadas a fugir do conflito e da insegurança no país.

De acordo com o ACNUR, as pessoas que já se encontravam deslocadas por causa dos conflitos na Somália “estão a enfrentar desastres atrás de desastres, sem tempo ou recursos para se conseguirem recuperar”. A Somália tem perto de três milhões de deslocados internos, sendo que a maioria vive em mais de dois mil acampamentos em vários pontos do país. Com o objetivo de ajudar esta população, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e parceiros humanitários trabalham com o governo com o propósito de prestar serviços básicos às pessoas que se encontram deslocadas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados considera que as expetativas para 2021 não são favoráveis, uma vez que a ONU prevê que a pandemia da covid-19, as alterações climáticas e as infestações de gafanhotos do deserto que destroem plantações vão colocar 2,8 milhões de somalis numa situação de insegurança alimentar extrema.