A Itália está a viver a pior recessão desde a II Guerra Mundial por causa da pandemia, o que está a criar uma nova vaga de “novos pobres”. Segundo o sindicato agrícola Coldiretti, o número de pessoas a necessitar de ajuda alimentar situa-se agora nos 3,7 milhões, mais um milhão do que antes da crise sanitária.

O fenómeno, porém, não é exclusivo de Itália. Tornou-se global. A Cáritas Portuguesa já alertou para o aumento de famílias portuguesas a necessitar de ajuda, e no Reino Unido, quase um milhão de pessoas – 10 vezes mais do que o normal – já se inscreveram para pedir um subsídio universal, a principal ajuda pública. Nos Estados Unidos da América, a quantidade de desempregados já chegou aos 20 milhões.

Itália foi o primeiro país da Europa a detetar o surto de Covid-19 e está a pagar um preço muito alto, não só a nível humano – com mais de 30 mil mortos -, mas também económico. As regiões mais prósperas e industrializadas do norte, que produziam 45 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), foram as mais atingidas.

O jornal La Repubblica estima que 11.5 milhões de italianos perderam os seus rendimentos.
De acordo com a Cáritas Italiana, os pedidos de ajuda nos seus centros mais do que duplicou desde o início da pandemia. E a associação Nonna Roma, que ajuda a comunidade cigana na capital italiana, apoiava cerca de 300 famílias antes da crise sanitária e agora está a ajudar quase 4.000, conforme explicaram os seus dirigentes às agências internacionais.