Líbano explosão
Foto: Samer Nassif

As explosões no porto de Beirute, no Líbano, ocorreram a 4 de agosto do último ano, causando mais de 200 mortos, deixando cerca de 6,5 mil pessoas feridas, provocando a destruição completa de várias estruturas e levando à existência de milhares de desempregados. Um ano depois da tragédia, que teve origem num depósito que armazenava nitrato de amónio, um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) vem mostrar que “praticamente todas as famílias afetadas pelas explosões em Beirute ainda precisam de ajuda”, e que a “falta de água continua a ser um problema”. Cerca de metade das pessoas escutas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, referiram que as suas casas “ainda precisam de reparos”.

Para o UNICEF, esta trata-se de uma “crise tripla”, que envolve uma economia em colapso, a falta de estabilidade política e a atual pandemia da covid-19. Perante este cenário, os agregados familiares não estão a conseguir recuperar da tragédia. De acordo com a agência das Nações Unidas dedicada às crianças, “98 por cento dos lares afetados ainda precisam de assistência básica, a maioria pede ajuda em dinheiro ou alimentos, um terço das famílias afirma que pelo menos uma das crianças ainda apresenta sinais de traumas psicológicos” e “quase 70 por cento das famílias continuam sem acesso a serviços de saúde”.

O UNICEF apela para que as crianças do Líbano “sejam uma prioridade no país e para que tenham acesso a cuidados de saúde, de nutrição e fiquem protegidas da violência”.  Aos líderes políticos, a agência das Nações Unidas pede para “ultrapassarem as suas diferenças e unirem-se para a formação de um governo que coloque a população no centro de qualquer decisão”. O Unicef recorda que “é essencial para o desenvolvimento das crianças a garantia de serviços públicos, como o fornecimento de água sem interrupções”, e a existência de “programas de assistência em dinheiro”. A agência da ONU pede também que “seja feita justiça para as famílias afetadas, em especial para as que perderam um ente querido”, e defende uma “investigação transparente para determinar a causa do incidente e punir os responsáveis pela explosão, o que não foi feito mesmo depois de um ano”.