Ilustração: David Oliveira

Francisco Cialini nasceu em 1933 no concelho de Téramo, zona montanhosa no centro de Itália. Iniciou a sua caminhada em direção ao sacerdócio como seminarista diocesano mas, durante umas férias de verão, o convívio com os missionários da Consolata fez brotar nele o ideal missionário aos 18 anos. “O espírito que anima os missionários da Consolata ficou gravado no meu coração, de modo que a minha vontade agora é crescer nesse espírito de generosidade e zelo missionário que o santo fundador José Allamano tão bem incutiu nos seus filhos”, escrevia ele.

É admitido no Instituto Missionário da Consolata e faz os seus estudos superiores em Roma, onde em 1957 é ordenado sacerdote. Durante os 16 anos seguintes o seu campo de missão é a Europa como guia e formador de futuros missionários. Ferve nele, porém, o ardor pela missão além-fronteiras, possivelmente em África. Em 1973 é destinado ao Quénia onde depressa se imerge no apostolado entre os jovens. Organiza numerosas convenções juvenis e encontros da Ação Católica a nível paroquial e diocesano, e dá início ao escutismo católico, que acompanha e fomenta até este atingir o âmbito nacional.

É um vulcão de iniciativas sem, no entanto, se tornar ele o centro das atenções. É, porém, notado pelos seus superiores que veem nele o homem ideal para dar nova vida à cooperação missionária ao lado da direção-geral em Roma, e mais tarde, a dirigir a animação missionária em Itália. Considerando a brevidade da sua experiência africana o padre Francisco escreverá mais tarde – “Na minha vida nunca escolhi, discuti ou recusei destinações e sempre concluí que a obediência faz milagres e que o ‘pneu suplente’ infunde segurança e serenidade em quem conduz”.

Em 1983, já pronto para regressar ao Quénia é, para sua surpresa, enviado para o Canadá. Será esse o período mais estável da sua atividade missionária. É-lhe confiada a animação missionária e a promoção vocacional na zona de língua inglesa com residência em Toronto. Vão ser 17 anos vividos intensamente durante os quais também promove a construção e dinamização de um centro missionário. No fim destes anos de constante atividade pode declarar como São Paulo – “Terminei a corrida, mantive a fé, e está na hora de amainar as velas”.

A sua corrida porém ainda não está terminada. Aceita ser superior da comunidade da casa-mãe em Turim, e dedica os últimos 12 anos de vida ao apostolado num santuário mariano bem perto da sua terra natal. Mantém-se ativo até ao fim e falece aos 87 anos. Obrigado, Senhor, por este insigne missionário que nunca soube dizer não ao seu Deus nem ao seu próximo.

Texto: Tobias Oliveira