A batalha judicial do caso de Arzoo Raja, a menina católica sequestrada, convertida à força ao Islão e obrigada a casar, em outubro passado, teve novos desenvolvimentos, com o tribunal a formalizar a acusação contra o sequestrador, por ter violado a lei que proíbe o matrimónio infantil e pelo crime de violação, um delito que prevê penas de prisão superiores a 10 anos e, em alguns casos, a pena de morte.

Em declarações à agência Fides, Mohammad Jibran Nasir, o advogado da família da menor, explicou que além da acusação contra Azhar Ali, o magistrado do Tribunal de Karachi decidiu ainda constituir como arguidos no processo pelo menos mais sete pessoas envolvidas no caso. “O juiz juntou ao processo alguns acusados mais, como o irmão e um amigo de Azhar Ali, o religioso islâmico que celebrou o matrimónio precoce, duas testemunhas do matrimónio, o advogado e o seu assistente que ajudaram Azhar a preparar documentos falsos”.

Segundo o advogado, a família de Arzoo e toda a comunidade cristã esperam que o processo possa terminar com uma sentença exemplar, para que estes caso de sequestro e conversão forçada – generalizados na sociedade paquistanesa porque normalmente terminam impunes – possam encontrar acolhimento nos tribunais e dessa forma contribuir para erradicar o fenómeno.

Recorde-se que a menina, de 13 anos, foi sequestrada, obrigada a converter-se ao Islão e obrigada a casar com o seu sequestrador, um homem de meia-idade, em outubro passado. Depois de uma série de audiências, o Tribunal Superior da província de Sindh declarou o matrimónio ilegal e ordenou que a menor fosse encaminhada para um centro de acolhimento estatal, onde ainda se encontra.