Foto: André Catueira | Lusa

A tempestade tropical Ana está esta semana a atingir duramente Moçambique. A catástrofe já fez pelo menos 20 mortos, seis deles em Tete. Há milhares de pessoas afetadas, assim como casas, plantações e infraestruturas. A partir de Tete, Sandro Faedi, sacerdote missionário da Consolata italiano, faz um retrato da catástrofe.

“Nestes dias, aqui em Tete, estamos mesmo a ser açoitados pela tempestade”, lamentou o missionário. “Estamos debaixo desta tempestade que nunca acaba”, disse o sacerdote, adiantando que ontem “chuviscou”, e que no dia anterior “choveu muito”. Segundo Sandro Faedi, nas proximidades da missão da Consolata há largas dezenas de “quarteirões que foram atingidos”, muitos deles com “casas totalmente destruídas”. Os locais de aprendizagem estão a revelar-se agora em pontos seguros. “Temos muitíssima gente refugiada nas escolas aqui da cidade de Tete”, exemplificou.

A tempestade encheu um rio próximo, e “com a sua força e fúria da água deitou abaixo” uma ponte que tinha sido “recentemente reabilitada”, conta o sacerdote, adiantando que no início de 2019 esta mesma ponte tinha já sido “golpeada duramente pelas águas, o que levou ao deslocamento de um pilar”.

“Desta vez não foi só um pilar, ‘foram embora’ dois pilares, e, com eles, a placa de cima. Não há maneira de passar a ponte de forma absolutamente nenhuma. E isto agora durará não sei quantos anos. Até que o governo acorde. Talvez nas proximidades das eleições, para reabilitar e refazer esta estrutura da ponte”, lamentou o missionário, que vê na solidariedade um motivo de esperança. “Graças a Deus, neste momento, muita gente está a socorrer estes nossos irmãos, com comida, roupa e utensílios domésticos”, enumerou o sacerdote, lembrando que “dentro de mais alguns dias será maior a necessidade”, pelo que toda a solidariedade é bem recebida na região.

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