Um grupo de jornalistas da Rádio Comunitária São Francisco de Assis está refugiado há vários dias nas matas, na província moçambicana de Cabo Delgado, depois da estação emissora onde trabalhavam ter sido atacada por homens armados, denunciou o Fórum Nacional de Rádios Comunitárias (FORCOM).

Segundo aquele entidade, parte dos jornalistas em fuga está incomunicável e a viver em condições “humanamente deploráveis e de insegurança”. Pelo menos um dos profissionais perdeu um familiar, que foi decapitado na sequência dos ataques.

Em comunicado, o FORCOM diz estar “a envidar todos os mecanismos por forma a garantir todo o apoio necessário aos jornalistas que se encontram nas matas, para salvaguardar a sua integridade física e segurança” e apela ao Estado que garanta a segurança dos cidadãos, naquele região de Moçambique.

O ataque que provocou a fuga dos jornalistas ocorreu no passado dia 31 de outubro. Os agressores ocuparam a Igreja Paroquial do Sagrado Coração de Jesus, no distrito de Muidumbe, onde está instalada a Rádio Comunitária, cujas instalações foram destruídas.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas e que se intensificaram este ano. As vítimas da violência têm-se espalhado por outras regiões, nomeadamente as vizinhas províncias de Niassa e Nampula, mas as autoridades locais já têm oferecido ajuda a famílias refugiadas que chegam mais a sul, nomeadamente à Zambézia e Sofala.