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A Survival Internacional reiterou esta semana a sua preocupação com a quantidade de incêndios na Amazónia brasileira, que está a pôr em risco a sobrevivência de vários povos indígenas isolados. Muitos dos fogos são iniciados para limpar a floresta para exploração madeireira e pecuária.

“Nós lutamos para proteger a floresta, e muitos de nós morreram fazendo isso, mas os invasores continuam a chegar. Eles destruíram tanto a floresta nos últimos anos que os incêndios agora são muito maiores e mais graves do que antes, pois a floresta está muito seca e vulnerável”, testemunhou Tainaky Tenetehar, um dos líderes que ajuda a proteger a Terra Indígena Arariboia, onde vive o povo guajajara e o povo awá.

Recentemente, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) lançou uma campanha para destacar a ligação entre Jair Bolsonaro, os seus apoiantes do agronegócio e a violência genocida cometida contra os povos indígenas em todo o país. Ao abrigo deste ação, é pedido às pessoas e empresas em todo o mundo que parem de comprar produtos que estão a alimentar a destruição de seus territórios.

Também a Survival tem em curso uma ação global que apela aos supermercados da Europa e dos Estados Unidos da América (EUA) que parem de comprar produtos do agronegócio brasileiro até que os direitos indígenas sejam garantidos, tendo em conta que todos os anos milhões de toneladas de soja, carne, madeira e outros produtos são exportados para estes mercados.

“Os consumidores dos EUA e da Europa devem entender que há uma conexão direta entre os alimentos nas prateleiras dos supermercados e a destruição genocida – e devem agir para parar. Os indígenas isoladas são os povos mais vulneráveis do planeta e, ao mesmo tempo, os melhores guardiões da natureza. Não podemos deixar que queimem a sua terra”, acentuou Sarah Shenker, investigadora e ativista da Survival.