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Um artigo assinado por economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) deixa várias recomendações para combater a corrupção, um fenómeno que tem vindo a crescer em diversos pontos do planeta durante a crise pandémica. Uma das propostas é que os governos ao implementarem medidas de combate ao Covid-19 tomem também decisões que incentivem a prestações de contas.

“A corrupção era um problema antes da crise, mas a pandemia de Covid-19 aumentou a importância de uma governança mais sólida”, afirmam os especialistas, sugerindo a necessidade dos países impedirem tanto a evasão fiscal como o desperdício de recursos causados por corrupção nos gastos públicos, e de promoverem a transparência e a ética por forma a reforçarem a confiança das pessoas “no governo e nas instituições”.

No artigo, subscrito por Vítor Gaspar, Diretor do Departamento de Finanças Públicas do FMI, é referido ainda que os países precisam “gastar, mas guardar o recibo”, para ajudar, por exemplo, numa eventual auditoria às contas públicas, um exercício já anunciado por muitos países para o período pós-pandemia para desincentivar as tentativas de corrupção.

O ex-ministro das Finanças de Portugal recorda, aliás, que os países com estruturas fortes de combate à corrupção doméstica têm melhores níveis de desenvolvimento e de recolha de impostos. “Os países que têm melhores práticas conseguem produções maiores de alocação de recursos à educação e saúde, se comparados com outros com maiores vulnerabilidades, que têm uma parcela do orçamento dedicada à educação e à saúde que é inferior em um terço à dos países com melhores práticas”, disse Vítor Gaspar à ONU News.