António Costa já esteve envolvido na organização de grupos de peregrinos até Fátima, algo que atualmente suspendeu devido à pandemia

A Peregrinação Internacional Aniversária de outubro ao Santuário de Fátima tem início pelas 21h30 desta terça-feira, dia 12. A propósito desta celebração, são vários os peregrinos que rumam a pé até à Cova da Iria. Uns peregrinam em grupo, outros sozinhos. Alguns optam por caminhar durante o dia, e outros ao longo da noite.

Entre os peregrinos que por esta ocasião rumam a Fátima está António Costa, de 59 anos. Militar durante 40 anos e sem estar atualmente a trabalhar, António peregrinou de Torres Novas até à Cova da Iria, onde chegou na manhã de 12 de outubro, após um trajeto de 28 quilómetros que foi trilhado, sobretudo, ao longo da noite.

Organizador de grupos de peregrinos até Fátima, António caminha agora sozinho devido à atual pandemia. São muitas as vezes que já caminhou até à Cova da Iria, tanto sozinho, como em grupo. Para António, a deslocação até ao santuário mariano é uma ocasião para a “introspeção” e para se poder “encontrar” consigo próprio. O trajeto culmina num lugar que considera ser “especial”.

Os pensamentos que o acompanham durante o seu percurso até Fátima são muito variados. António tem presente a sua filha adolescente de 15 anos, a sua esposa, uma colega que se encontra a viver uma “difícil situação psicológica”, assim como a situação dos idosos que não conseguem ter uma “velhice digna” e que apresentam grandes dificuldades para se desenvincilharem num mundo cada vez mais digital.

A chegada a Fátima, seja em grupo ou de forma solitária, é sempre uma “emoção muito forte”, onde “acabam as dores” e se entra em “harmonia”, explica António. Em Fátima reza pelas suas intenções e pelas preces de pessoas amigas que não tiveram a possibilidade de peregrinar com ele. “Fátima é o único sítio onde choro”, conta o peregrino, de forma emocionada.