O Hospital Magalhães Lemos, no Porto, conta recentemente com uma ‘Unidade de Internamento de Psiquiatria Forense’, da qual fazem parte 40 pessoas do sexo masculino, “com patologia psiquiátrica, com necessidade premente de intervenção de cariz reabilitativo, com ênfase na aquisição de competências sociais, laborais e/ou educacionais, que permitam a reaquisição de autonomia na vida diária e reinserção na comunidade, enquanto cidadãos de pleno direito”, explicam os envolvidos no projeto.

Neste contexto, surgiu a necessidade de projetos inovadores que fossem ao encontro destes propósitos. O espaço verde envolvente à unidade levou ao estabelecimento de uma parceria com a ‘Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto’, para a criação de uma horta e jardim terapêutico. O desenvolvimento deste espaço “contribuiu para a promoção de competências como a responsabilidade, o envolvimento ativo, a capacidade de gestão logística e o treino de habilidades sociais entre o grupo”.

Esta iniciativa arrancou em janeiro de 2020, mas a atual pandemia “obrigou a uma paragem forçada extremamente restritiva para os utentes”. Apesar do condicionamento das atividades, a ‘Equipa de enfermagem e de assistentes operacionais da unidade’, continuou dedicada ao desenvolvimento do projeto, “em conjunto com o conhecimento dos utentes e com os poucos recursos existentes”.

Ao mesmo tempo, a Lipor também contribuiu com um composto, “com sementes, plântulas hortícolas, plantas aromáticas, empréstimo de ferramentas e utensílios e apoio técnico especializado”. Desde então, a horta “tem crescido e já foi possível avançar para a fase de venda das culturas”. “Até à data, os utentes conseguiram vender à comunidade hospitalar 50 quilos de alface, 27 quilos de curgete, 17 quilos de couve roxa, dez quilos de tomate, nove quilos de beringelas, sete quilos de batata, entre outros”, apontam os envolvidos na iniciativa.

Segundo os serviços de comunicação da Lipor, o resultado deste projeto “é visível no entusiasmo e empenho que os utentes dedicam à ‘Nossa horta’, na melhoria da condição clínica e nos comentários lisonjeadores dos compradores dos produtos biológicos saborosos”. A próxima fase do projeto contempla a “formação /informação técnica a toda comunidade da ‘Unidade de Internamento de Psiquiatria Forense’ e a implementação do ‘Pomar biológico e Jardim sensorial’.