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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) declarou 2021 como o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, um fenómeno que caiu 38 por cento na última década, mas que se viu agravado pela pandemia da Covid-19 e afeta ainda mais de 152 milhões de crianças em todo o mundo.

O objetivo é encorajar os governos a tomarem medidas legislativas para erradicar o problema, tal como está previsto na meta 8.7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os líderes mundiais são ainda convidados a acabar com as formas análogas à escravidão e com o tráfico humano e a proibir o recrutamento de crianças-soldado.

Segundo a OIT, nos últimos 20 anos, quase 100 milhões de crianças foram resgatadas do trabalho infantil em todo o mundo. Entre 2000 e 2016, os números caíram de 246 milhões para 152 milhões. Para Guy Ryder, diretor-geral da organização, “não existe mais espaço na sociedade para esse tipo de prática que não só rouba o futuro das crianças, mas também lança as famílias na pobreza”.

Atualmente, na África, 72 milhões de crianças estão nessa situação, o que representa quase metade de todos os casos de trabalho infantil no mundo. A região é seguida pela Ásia-Pacífico, com 62 milhões. Cerca de 70 por cento dos casos ocorrem na agricultura e quase metade são de crianças em situações de perigo para suas vidas e saúde. A crise da Covid-19 adicionou o risco de pobreza a essas pessoas que já viviam em situação frágil, e pode reverter anos de progresso e de luta contra o trabalho infantil.