Os efeitos dos distúrbios das últimas três semanas vão arrastando os pobres para a miséria total. Os políticos continuam o seu jogo, indiferentes à catástrofe nacional
Os efeitos dos distúrbios das últimas três semanas vão arrastando os pobres para a miséria total. Os políticos continuam o seu jogo, indiferentes à catástrofe nacionalHoje, 22 de Janeiro, chegou a Nairobi o antigo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi annan.como outros antes dele, vem com uma mensagem de paz e reconciliação. Da oposição ODM (Partido Democrático Laranja) vai ouvir o refrão: O presidente Kibaki que se demita!. Da parte do governo ouvirá que a legalidade deve ser respeitada!.
Passará assim umas horas ou uns dias e, finalmente, acabará por fazer uma declaração: ambas as partes querem a paz e o diálogo ainda é possível . Este tem sido o resultado das várias mediações que o precederam e temo que venha a ser o de outras que se lhe seguirão.
Nos últimos dias tem-se começado a falar, por enquanto ainda à boca pequena, dos enormes donativos que a oposição recebeu da américa, da alemanha e de outras nações ocidentais aquando da campanha eleitoral.
Há quem se pergunte se isso não tinha nada a ver com o facto de o governo de Kibaki nos últimos anos ter abertamente favorecido a China, o Japão e outros países do Oriente com desvantagem para as economias ocidentais. Será que Raila Odinga lhes garantiu uma vitória antes de a ter obtido?
Quem fez um acordo com os muçulmanos, prometeu-lhes benesses e vantagens sociais em troca de votos, quem sabe lá o que terá prometido aos seus benfeitores económicos? a paz que se vive no Quénia, hoje, é de facto uma paz podre. Pode ser que um dia se venha a saber que a podridão já vinha de muito longe.
Foto: Kofi annan, à chegada a Nairobi, acompanhado pela directora das Nações Unidas, anna Tibaijuka, e o general amos Wako