O bispo auxiliar de Cartum tem consciência que as suas declarações em Portugal vão trazer consequências quando regressar ao Sudão
O bispo auxiliar de Cartum tem consciência que as suas declarações em Portugal vão trazer consequências quando regressar ao SudãoDaniel Marko Kur adwok afirmou, esta tarde, em Fátima, perante uma centena de pessoas que, a situação dos cristãos naquele país, em particular no norte, é difícil. Se o governo não aborda a situação (do Darfur) não há nada a fazer, a não ser alertar que o governo está a destruir a nossa religião.
a questão do Darfur – defendeu o prelado – é sobretudo económica mas, com ramificações no plano religioso. a recente descoberta de petróleo por parte dos chineses naquela zona e o interesse na sua exploração, levam a que o governo não queira dar a terra a quem ela pertence, ao povo, frisou.
além disso, tem-se verificado uma tentativa de islamização do norte do território do Sudão. Daniel adwok falou em pressão e manipulação da religião. E desde o acordo de Paz, em 2005, nada foi feito para a integração dos cristãos, aponta. Da comunidade internacional, sobre esta matéria, diz que é ingénua ou é enganada pelo governo de Cartum.
a Igreja católica no país pretende tomar uma posição mas aguarda que a comunidade internacional se pronuncie sobre este assunto. Depois, se Cartum disser que não pára a islamização, então é sinal que os cristãos não têm lugar no país, defendeu.
O bispo auxiliar de Cartum assinalou ainda que as pessoas do Darfur precisam de ser livres, precisam das suas terras. apontou ainda a existência de ataques onde não se discriminam os rebeldes dos civis. O exército ataca pelo ar, através de helicópteros sendo que depois o exército de janjaweed acaba com os que ficaram vivos.
a Igreja sempre tem estado ao lado do povo, com diversos programas e ajuda de associações. Nunca negámos ajuda aos que sofrem, naquela zona, garante.