Um “caso inquietante” é o comentário de docente de teologia moral ao erro que provocou a eliminação do feto são em vez do feto com deformação, num hospital de Milão
Um “caso inquietante” é o comentário de docente de teologia moral ao erro que provocou a eliminação do feto são em vez do feto com deformação, num hospital de MilãoMauro Cozzoli, professor de teologia moral da Universidade Lateranense, de Roma, denuncia a abordagem utilitarista ao comentar o facto ocorrido num hospital de Milão. Numa gravidez de dois gémeos, os médicos decidiram eliminar o feto com deformação, mas por erro eliminaram o feto são.
É um caso inquietante, não tanto pelo erro ocorrido, quanto pela mentalidade e pela prática eugenética que põe a descoberto, afirmou o professor à agência ansa. Eugenética, recordou o teólogo, significa procura de uma vida de qualidade, isenta de defeitos. Deste modo suprimem-se mediante selecção, por isso se chama eugenética, vidas que não correspondem às expectativas de quem se arroga um direito sobre elas.
Esta mentalidade é fruto da cultura radical-libertária que invade as nossas consciências, observou o teólogo. Cultura que faz do desejo dos sujeitos fortes um absoluto ao qual se devem dobrar os direitos débeis. E o professor interroga: Quem é mais débil do que uma criança ainda por nascer, ou de um recém-nascido?.
O caso de Milão na sua dramaticidade é a denúncia não de um erro, mas da abordagem utilitarista e hedonista da vida nascente, afirmou o professor Mauro Cozzoli. Sem o erro é como se nada tivesse acontecido, como se tudo tivesse corrido bem. E não é. alguma coisa aconteceu. algo que na indiferença ética de uma cultura abortiva generalizada acontece diariamente nas clínicas obstétricas. algo de muito grave, como a supressão de um filho por defeito de produção, ou simplesmente porque não desejado.