notícia da escolha de Ramos-Horta recebida com violência por membros da Fretilin
notícia da escolha de Ramos-Horta recebida com violência por membros da FretilinXanana Gusmão trocou com Ramos-Horta, depois de um longo processo eleitoral marcado pela violência. antes das eleições presidenciais, um era primeiro-ministro, o outro Presidente da República. agora trocaram de posição: o recém-eleito chefe de Estado, José Ramos-Horta, indigitou esta segunda-feira Xanana Gusmão como novo primeiro-ministro, apesar de este não ser membro do partido mais votado nas eleições legislativas de Julho.
a situação não é de facto simples de explicar: a Fretilin foi o partido que venceu as legislativas, com o maior número de lugares parlamentares, mas longe de alcançar uma maioria estável. Cinco partidos da oposição de Timor-Leste, incluindo o CNRT de Xanana e o partido de La Sama, formaram então uma aliança parlamentar com vista à formação de um governo alternativo à Fretilin. a aliança para Maioria Parlamentar, assim chamada, acabou por ver esta segunda-feira os seus esforços recompensados com a indigitação de Xanana.
Em Díli, irromperam focos de violência com simpatizantes da Fretilin a porem o Edifício da alfândega em chamas. À meia-noite local (16 horas em Lisboa), a situação tinha voltado à normalidade, mas as forças internacionais presentes no território estavam em alerta e prontas a disparar balas de borracha, se fosse preciso, como avisou o comandante da polícia das Nações Unidas.
Por sua vez, o enviado especial das Nações Unidas em Timor-Leste deu boas-vindas ao anúncio de um Governo novo conduzido por Xanana Gusmão. atul Khare elogiou Ramos-Horta por ter procurado com grande esforço uma solução que servisse os melhores interesses do país e elogiou a população timorense no seu compromisso exemplar pelo processo democrático.