Um paraplégico parte hoje de Viana do Castelo até Faro, em cadeira de rodas, num “grito de protesto” contra a “discriminação” dos deficientes em Portugal.
Um paraplégico parte hoje de Viana do Castelo até Faro, em cadeira de rodas, num “grito de protesto” contra a “discriminação” dos deficientes em Portugal. José Lima, de 52 anos, paraplégico desde 1997 pretende com esta viagem denunciar a falta de igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, quando se assinala o ano europeu da igualdade de oportunidades.
Numa cadeira adaptada com pedais manuais e uma espécie de caixa de velocidades, o licenciado em electrónica industrial prevê efectuar o percurso em 21 etapas, percorrendo entre 35 a 40 quilómetros por dia.
Para pernoitar pediu ajuda às várias câmaras municipais, mas contam-se pelos dedos as que já lhe responderam. Não faz mal. Levo comigo um saco-cama e dormirei na rua, frente às câmaras que não me derem apoio, garante.
Depois de esmagado por um elevador que estava a reparar no Ministério das Finanças de angola, José Lima, desempregado há três anos, queixa-se que todas as portas se lhe fecham automaticamente, quando se apresenta numa qualquer empresa em cadeira de rodas. Quando apareço na empresa em cadeira de rodas, as coisas mudam radicalmente de figura. Às vezes, parece que estão a ver um fantasma, refere.
Para fazer face ao desemprego, montou uma pequena gráfica que edita livros de autores da região e da qual também já saíram duas suas obras. a viagem até ao algarve em cadeira de rodas bem pode o pode ajudar a escrever um novo livro.