O Papa Leão XIV alertou, no Dia Mundial das Missões, 19 de outubro, para a nova onda de violência e a crise humana em Mianmar, apelando a um cessar-fogo no país asiático. “As notícias que chegam de Mianmar são, infelizmente, dolorosas: relatam confrontos armados contínuos e bombardeamentos aéreos, mesmo contra pessoas e infraestruturas civis”, disse Leão XIV, antes da recitação do Ângelus, no final da Missa a que presidiu, na Praça de São Pedro, para a canonização de sete novos santos.
Desde o golpe militar de fevereiro de 2021, o Mianmar vive um cenário de repressão e violência, com mais de 3,5 milhões de deslocados internos e civis sujeitos a ataques aéreos, detenções arbitrárias e tortura. “Estou próximo de todos aqueles que sofrem devido à violência, à insegurança e a tantas dificuldades”, referiu Leão XIV.
O Papa falava a dezenas de milhares de pessoas que participaram na Eucaristia, com a canonização de sete beatos e beatas de vários países, entre eles os primeiros da Venezuela e da Papua Nova Guiné, elogiando o seu exemplo de fé e luta pela justiça. “Na verdade, é esta fé que sustenta o nosso empenho pela justiça, precisamente porque acreditamos que Deus salva o mundo por amor, libertando-nos do fatalismo. Perguntemo-nos, então: quando ouvimos o apelo de quem está em dificuldade, somos testemunhas do amor do Pai, como Cristo o foi para com todos?”, disse Leão XIV, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Na sua homilia, o pontífice destacou que estes santos “não são heróis nem paladinos de um ideal qualquer, mas homens e mulheres autênticos”.
Depois do rito de canonização, no início da celebração, o Papa sublinhou a importância da fé como “vínculo de amor entre Deus e o ser humano”. “Hoje, temos precisamente diante de nós sete testemunhas, os novos santos e as novas santas, que mantiveram acesa, com a graça de Deus, a lâmpada da fé, ou melhor, tornaram-se eles mesmo lâmpadas capazes de difundir a luz de Cristo”, apontou.
Na homilia, Leão XIV ressalvou que “estes fiéis amigos de Cristo são mártires pela sua fé, como o bispo Inácio Choukrallah Maloyan e o catequista Pedro To Rot; são evangelizadores e missionários, como a irmã Maria Troncatti; são fundadoras carismáticas, como a irmã Vicenza Maria Poloni e a Irmã Cármen Rendiles Martinez; são benfeitores da humanidade, com coração ardente de devoção, como Bartolo Longo e José Gregório Hernández Cisneros”, indicou o pontífice, acrescentando “que a sua intercessão nos assista nas provações e o seu exemplo nos inspire na comum vocação à santidade”.
Texto: 7M/Agência Ecclesia







