ahmed abou Laban pode não dizer nada aos europeus. Mas foi ele que esteve no centro de um furacão que varreu a Europa há um ano
ahmed abou Laban pode não dizer nada aos europeus. Mas foi ele que esteve no centro de um furacão que varreu a Europa há um ano

Morreu ahmed abou Laban, nome que nada dirá a uma esmagadora maioria de europeus, mas que está na origem da explosão da rua árabe, com a publicação de cartoons tidos como ofensivos por fiéis muçulmanos. Imã palestiniano, 60 anos, figura controversa e, por isso, incontornável na Dinamarca morreu quinta-feira de cancro do pulmão, segundo avança hoje a aFP, citando fontes próximas do religioso.

abou Laban é hoje reconhecido como o principal instigador da crise que há um ano, em Fevereiro de 2006, assolou a Dinamarca e levantou um intenso debate sobre a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, nos países ocidentais.

Lembra a aFP que a publicação dos desenhos satíricos por um jornal nacionalista dinamarquês provocou uma vaga de protestos contra interesses da Dinamarca em todo o mundo, mas especialmente em países de maioria muçulmana ou em países ocidentais com fortes comunidades islâmicas, como Inglaterra e alemanha.

Os muçulmanos na Dinamarca perderam uma voz forte. abou Laban era uma locomotiva (). Bateu-se para que os muçulmanos tenham um lugar na sociedade dinamarquesa e estejam integrados, mas preservando a sua religião, declarou o imã abdul Wahid Pedersen, amigo do clérigo falecido, citado pela agência dinamarquesa Ritzau.