a paz na terra e a reconciliação com Deus nortearam a actividade de Bento XVI em 2006. O matrimónio, o celibato e o diálogo das religiões também não foram esquecidos.
a paz na terra e a reconciliação com Deus nortearam a actividade de Bento XVI em 2006. O matrimónio, o celibato e o diálogo das religiões também não foram esquecidos. Em jeito de balanço e, na troca de Boas festas com a Cúria romana, o Papa salientou os momentos mais importantes das visitas apostólicas que fez neste ano.
Da visita à Polónia, terra natal do seu predecessor, o Papa salientou a fé inabalável e o radicalismo da dedicação de João Paulo II como o seu maior dom a todos nós.
Foi para mim motivo de grande conforto ver comparecer no céu o arco-íris, quando eu, perante o horror daquele lugar, na atitude de Job, gritava para Deus, abalado pelo terror da sua aparente ausência, e ao mesmo tempo amparado pela certeza de que, mesmo no seu silêncio, Ele não deixa de estar connosco. O arco-íris era como uma resposta, lembrou sobre a visita ao campo de concentração de auschwitz.
Referindo-se ao Encontro Mundial das Famílias, Bento XVI apontou o exemplo dos casais que vivem, apesar das crises e dificuldades, a fidelidade ao sim que se deram reciprocamente, na paciência do caminho e na força do sacramento com que Cristo os ligou conjuntamente com uma alegria maturada também no sofrimento.
Preocupação para o Santo padre são também as novas formas jurídicas que relativizam o matrimónio, em que a renúncia ao elo definitivo obtém até, por assim dizer, uma confirmação jurídica. a que se junta outras formas de casais em que se verifica a relativização da diferença dos sexos.
Numa Europa que parece cansada, o homem perdeu a orientação e é inseguro sobre o futuro.
O grande problema do Ocidente é o esquecimento de Deus: um esquecimento que se difunde, assinalou numa referência à sua viagem à alemanha em que defendeu o sacerdócio celibatário.
O verdadeiro fundamento do celibato só pode ser teocêntrico. Não pode significar o ficar privados de amor, mas deve significar o deixar-se tomar pela paixão por Deus. apoiar a vida sobre Ele, renunciando ao matrimónio e à família, significa que eu acolho e experimento Deus como realidade e posso, portanto, levá-lo aos homens.
O diálogo entre religiões e tema da última viagem, à Turquia foi apontada. Num diálogo a intensificar com o Islão deveremos ter presente o facto de que o mundo muçulmano se encontra hoje em dia com grande urgência perante uma tarefa muito parecida com a que se impôs aos cristãos a partir do Iluminismo e que o Concílio Vaticano II, como fruto de uma longa e árdua busca, levou a soluções concretas para a Igreja católica.
E nós, cristãos, sentimo-nos solidários com todos os que, precisamente em razão das suas convicções religiosas de muçulmanos, se empenham contra a violência e a favor da sinergia entre fé e razão, entre religião e liberdade.