Maria e Justino Castro foram emigrantes durante décadas e continuam a rumar a Fátima para participar na peregrinação de agosto

São muitos os peregrinos que afluem ao Santuário de Fátima nesta quinta-feira, 12 de agosto, data em que inicia a peregrinação dos emigrantes. Entre os peregrinos está o casal Maria e Justino Castro, naturais de Braga, cidade onde residem atualmente, mas que durante décadas não foi o seu lar.

A procura de um emprego levou Maria e Justino a rumarem em diferentes momentos do ano de 1969 até Hamburgo, na Alemanha, onde se conheceram. Casaram, tiveram dois filhos, e têm três netos, todos eles a viver atualmente em Portugal. Maria regressou a Braga em 1992 e Justino em 2014.

O casal considera que a sua vida enquanto emigrantes foi “difícil” e muito diferente daquela que muitos emigrantes podem viver atualmente. Justino lembra que antes de 1996 as viagens eram “sempre de carro”, as “estradas tinham piores condições” e o avião “era muito caro”. Maria recorda as viagens entre Hamburgo e Braga, feitas “de carro, durante cinco dias, muitas vezes com a presença de crianças”.

Atualmente existem as viagens de “avião a preços acessíveis e companhias mais baratas”, mas essa é uma realidade da qual já não usufruíram durante grande parte das sua vidas enquanto emigrantes. Na região em que estiveram emigrados vivem-se agora temperaturas mais amenas, e não um “clima tão frio” com aquele que presenciaram. Apesar do clima frio e dos condicionamentos provocados pela neve, Maria recorda com alegria e saudade que o cenário “era lindo, muito bonito”.

Enquanto emigrantes, participaram por diversas vezes na peregrinação de agosto em Fátima. Agora já o não são, mas continuam a identificar-se com esta jornada e com as pessoas que nela participam, motivo pelo qual continuam a rumar à Cova da Iria nesta altura do ano. Por ocasião desta peregrinação ficam “dois a três” dias em Fátima. Dedicam estes dias à “oração”, procuram “refletir”, percorrem os Valinhos de Fátima e participam nas cerimónias. Rumam à Cova da Iria, sobretudo, “para agradecer a Nossa Senhora de Fátima” por tudo quanto viveram até aqui.