Foto: Santuário de Fátima

A imagem peregrina número dois de Nossa Senhora do Rosário de Fátima vai estar presente em paróquias da Arménia, Azerbaijão e Geórgia, nos próximos meses de setembro e outubro. A iniciativa acontece a pedido de José Bettencourt, núncio apostólico na Arménia e na Geórgia, que já deu conta da “sua alegria” por esta visita inédita.

José Milhazes, jornalista e autor do livro “A mensagem de Fátima na União Soviética-Rússia”, destaca a importância que a iniciativa poderá assumir. “Certamente que a imagem da Virgem Maria será recebida por corações e braços abertos na Arménia, primeiro país a proclamar o Cristianismo como sua religião no longínquo ano de 301. A Arménia está envolvida numa guerra com o vizinho Azerbaijão desde 1989 e estes dois países precisam de paz, de uma reconciliação que tarda em chegar”, disse o profissional.

“A presença de Fátima na Geórgia contribuirá para tornar os corações mais pacíficos, mais abertos ao diálogo. Irá certamente recordar-lhes o contributo dos missionários portugueses para o resgaste dos restos mortais da mártir georgiana Santa Ketevan, cujo suplício está representado em azulejos nas paredes do Convento da Graça, em Lisboa. (…) Em boa hora a imagem de Fátima passará pelo Cáucaso, reforçando a sua mensagem de paz e amor”, referiu o jornalista, citado pelos serviços de comunicação do Santuário de Fátima.

Por sua vez, a jornalista vaticanista Aura Miguel, considera que a presença da imagem de Fátima na região do Cáucaso poderá contribuir para “consolidar a paz e unidade” entre os cristãos, assim como “reforçar o diálogo com o Islão”, numa região estratégica entre a Europa e a Ásia. “Os apelos à paz e conversão que brotam de Fátima, assumem especial atualidade nesta região, ainda instável, e com feridas abertas causadas pelo mais recente conflito fronteiriço sobre Nagorno-Karabakh, que opõe a Arménia cristã ao Azerbaijão muçulmano. E o mesmo se diga da Geórgia, maioritariamente ortodoxa, a braços com revoltas independentistas nas regiões de Ossétia do Sul e Abkhazia”, refere a profissional.

A jornalista destaca que de Fátima “nasce continuamente um convite a construir a paz, no coração de cada um e à nossa volta”. “Por isso, esta Mensagem é mais um incentivo aos que vivem sinceramente este desejo de paz e de verdade, independentemente do seu contexto, cultura e religião”, disse a profissional, destacando os efeitos que a iniciativa poderá assumir. “Não duvido que a presença da imagem peregrina de Fátima será uma ocasião privilegiada para reforçar este anseio de paz e de diálogo”, destacou a jornalista.