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Depois de uma estabilização em 2018 e 2019, aumentou o número de famílias sobre-endividadas que recorreu ao Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da associação de defesa do consumidor Deco, um reflexo da recessão na economia causada pela pandemia de Covid-19. Em 2020, foram recebidos 30.100 pedidos de ajuda.

“A verdade é que tivemos muitas famílias, em 2020, que, no início do ano, tinham uma situação financeira perfeitamente normal, tinham o seu rendimento, tinham os seus créditos e estavam a pagá-los”, mas que, “a partir de março foram confrontadas com cortes substanciais dos seus rendimentos”, referiu à agência Lusa a coordenadora do GPF.

Segundo Natália Nunes, dos mais de 30 mil pedidos de ajuda registados em 2020, quase um terço (29 por cento) foram motivados por desemprego. A esta causa – que viu o seu peso aumentar ao longo do ano – somam-se os 24 por cento sobre endividados que recorreram à Deco por terem registado perda de rendimentos, por terem visto a sua atividade reduzir-se ou por terem sido colocados em ‘lay-off’. A precariedade laboral e negócio mal sucedido foram as causas referidas por, respetivamente, 10 e cinco por cento dos que pediram ajuda.

Os dados de 2020 mostram que 46 por cento dos que tiveram de pedir a intervenção do Gabinete de Proteção Financeira em 2020 dispunham do ensino secundário e que 40 por cento são casados ou vivem em união de facto. São, além disso, sobretudo trabalhadores do setor privado (46 por cento).