Os dados mais recentes da Organização Mundial do Turismo (OMT) indicam que este ano, entre janeiro e outubro, houve menos 900 milhões de turistas internacionais, o que originou uma quebra de receitas na ordem dos 935 biliões de dólares, 10 vezes mais do que os prejuízos registados em 2009, quando o mundo sofria o impacto da crise económica.

Segundo o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, ainda que a vacina contra a Covid-19 restabeleça a confiança dos viajantes há um longo caminho para a recuperação desta crise, o que exige mais ação para garantir a abertura segura das fronteiras ao mesmo tempo em que se apoia os postos de trabalho e negócios do turismo.

As perdas económicas causadas pela pandemia podem chegar aos dois triliões de dólares do Produto Interno Bruto (PIB) global, sendo a região da Ásia-Pacífico (a primeira a sofrer o impacto da crise) a que continua a ter maior número de restrições até hoje. Ali, a queda de chegadas foi de 82 por cento este ano.

Já o Médio Oriente teve uma redução de 73 por cento e a África de 69 por cento. As chegadas internacionais na Europa e nas Américas caíram 68 por cento, com a Europa a notificar perdas entre 72 e 76 por cento entre setembro e outubro, se comparada a outras regiões. O Velho Continente teve uma recuperação ligeira entre julho e agosto, mas o ressurgimento das ondas de contaminação causou novas medidas de contenção da pandemia.

Os dados da OMT indicam um fraco índice de procura por viagens, apesar de, em grandes mercados como Estados Unidos, Alemanha e França, o setor tenha mostrado alguns sinais de recuperação nos últimos meses. Já o turismo doméstico continua a crescer na China e na Rússia. Os cenários para 2021-2024 apontam para uma recuperação no segundo semestre do próximo ano, embora para reerguer com taxas no nível de 2019, o mundo deverá precisar de dois anos e meio a quatro anos.