Até ao próximo dia 10 de janeiro é possível visitar a exposição “Natal africano”, no Consolata Museu, em Fátima. A mostra revela ao público 73 figuras, “entre presépios esculpidos numa peça única ou avulsas, maioritariamente provenientes da Tânzania”, conforme refere Gonçalo Cardoso, diretor do museu dos Missionários da Consolata.

De acordo com o responsável, os presépios em exposição foram “retirados das reservas do museu excecionalmente neste período”. Cada peça é o resultado da atividade missionária e revela “traços africanos e esculpidos em ébano negro, pau-preto ou outras madeiras de tonalidades mais escuras e marfim”, salienta.

Em alguns dos presépios, a Sagrada Família assume a particularidade de se encontrar no “interior de uma palhota ou sob um embondeiro”. Já os Reis Magos distinguem-se por “assumirem as feições dos nobres locais” de países africanos, “vestidos em complexas vestimentas tradicionais” de África.

A mostra transporta o visitante para uma outra realidade, rica e distante. “Através destes exemplos procuramos mostrar que a mensagem de Cristo é universal. Cabe em todas a culturas, em todos os povos, independentemente da cor ou fisionomia. Estes presépios são o fruto da evangelização missionária. O povo africano absorveu essa mensagem cristã à sua imagem e semelhança”, demonstra Gonçalo Cardoso.

Apesar da variedade de expressões e diferentes manifestações artísticas, o propósito de cada peça em exposição é o mesmo. “Pretendemos chamar a atenção do verdadeiro significado do Natal – o nascimento de Cristo – que o presépio procura sublinhar e relembrar, independentemente dos materiais com que é concebido, das formas, das cores ou das latitudes originárias da produção.”

Numa altura em que o mundo enfrenta uma pandemia e os seus efeitos, o diretor do Consolata Museu deixa uma mensagem aos cidadãos, e apela para que a cultura faça parte da vida de cada um. “Que possam viver o verdadeiro Natal, vivê-lo em família, em paz e com saúde. Um Natal de recolhimento e sem compras supérfluas. Na medida do possível, não podendo visitar museus, que procurem através da internet admirar muitas das obras nas visitas virtuais que muitos espaços museológicos têm à disposição.” A exposição pode ser visitada de quarta-feira a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.