A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) emitiu esta segunda-feira, 12 de outubro, uma recomendação a aconselhar aos sacerdotes que celebrem mais eucaristias na solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos Fiéis Defuntos, e um pedido às autarquias para que não encerrem os cemitérios, numa altura em que as famílias já sofrem com as dificuldades em acompanhar os seus familiares falecidos nas exéquias, devido às restrições impostas pela pandemia.

“É certo que não depende da Igreja a gestão da grande maioria dos cemitérios nacionais. Confiamos, porém, que as autarquias e entidades que os tutelam saberão interpretar as exigências do bem comum encontrando um justo, mas difícil equilíbrio entre os imperativos de proteger a saúde pública e o respeito pelos direitos dos cidadãos. Porque não se adoece apenas de Covid-19. A impossibilidade de exprimir de forma sensível e concreta saudades e afetos também é causa de sofrimento e de doença, por vezes grave e até mortal”, refere a nota pastoral, lida no final da reunião de Conselho Permanente da CEP, padre Manuel Barbosa.

De acordo com o sacerdote, é sensato que se imponham medidas suplementares de proteção, como a obrigatoriedade do uso de máscaras e o controlo do número de visitantes, em simultâneo, estabelecendo um limite máximo, conforme a dimensão dos espaços. “Mas não seria apropriado o encerramento completo dos cemitérios”, reforçou o porta-voz da CEP.

Na reunião desta segunda-feira, o Conselho Permanente abordou ainda a questão da possível despenalização da eutanásia, admitindo a mais valia, do ponto de vista de debate público, de um referendo ao tema. “Não sendo a vida referendável, havendo uma petição com cerca de 100 subscritores, um referendo permitiria à sociedade civil repensar melhor o assunto”.