O ministro das finanças do Quénia apresentou nestes dias um orçamento geral do estado de 540 mil milhões de shelins, aproximadamente oito mil milhões de euros, para o próximo ano.
O ministro das finanças do Quénia apresentou nestes dias um orçamento geral do estado de 540 mil milhões de shelins, aproximadamente oito mil milhões de euros, para o próximo ano. Oito mil milhões de euros pode até parecer muito dinheiro. Se porém considerarmos que o Quénia é um país com bem poucas infra-estruturas e com trinta e três milhões de habitantes, facilmente concluiremos que bem pouco desenvolvimento se pode esperar deste orçamento de pobreza.
Para toda a despesa nacional, que inclui os salários dos empregados públicos e a manutenção de todas as estruturas e serviços, o governo investe o correspondente a pouco mais de 200 euros por habitante ao longo de doze meses.
De vez em quando leio a imprensa portuguesa e noto os subsí­dios que em Portugal e na Europa são concedidos aos agricultores ou ao sector das pescas ou às zonas menos desenvolvidas. Do meu ponto de vista são números astronómicos e são apenas pequenos subsí­dios ocasionais.
aqui não se trata de subsí­dios, trata-se da subsistência de dezenas de milhões de seres humanos, de um serviço nacional de saúde que praticamente não existe, de um sistema escolar condigno, de estradas, água, habitação, esgotos e assim por diante.
Parece impossível mas é verdade. E mesmo assim nota-se no país um claro optimismo. Estradas que não eram consertadas há anos estão agora a ser refeitas. Crianças que não podiam ir à escola têm escolaridade gratuita. Há algum progresso. Pouco, mas há.
Pudesse o mundo da abundância abrir os olhos e dar-nos uma mão…