Iémen
Foto: EPA / Yahya Arhab

Este ano, mais de 100 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas no Iémen devido a conflitos, insegurança e ao novo coronavírus. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), só entre 30 de março e 18 de julho, cerca de 10 mil pessoas foram deslocadas com medo de contrair o vírus ou por causa do agravamento das condições económicas.

“A situação é terrível”, afirmou em comunicado a chefe de missão da OIM, Christa Rottensteiner, dando o exemplo da cidade de Aden, onde os hospitais estão a recusar pacientes e existem relatos de muitas sepulturas.

Oficialmente, o número de infetados permanece baixo, mas os trabalhadores humanitários assumem que a quantidade casos é muito mais alta, devido à falta de testes e à parte da população que não procura tratamento.
Segundo a OIM, em muitos dos locais para deslocados, a situação da água e saneamento é extremamente preocupante, assim como o acesso aos serviços de saúde. Na província de Marib, no sudeste do país, a região que recebeu mais pessoas este ano, os locais informais de assentamento estão superlotados e não têm acesso a serviços essenciais.

Em todo o Iémen, as medidas de prevenção e controle de infeções estão a dificultar a resposta da OIM, que além de reunir informações também fornece assistência humanitária, garantindo acesso a cuidados de saúde, água potável, saneamento e abrigo. Em 2019, chegou a mais de chegou milhões de pessoas, mas este ano, este apoio está em risco. “As pessoas deslocadas precisam de mais apoio do que nunca, mas o financiamento ainda está aquém do necessário”, sublinhou Christa Rottensteiner.