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“A população mundial que não tem acesso a internet está numa desvantagem terrível, não só no acesso à informação, mas no acesso à educação, dados sobre saúde, possibilidades de trabalho e formas de compensar a crise económica. Por outro lado, muitas pessoas não têm um acesso que seja bom suficiente para, por exemplo, usufruir da educação em linha, informações de saúde ou simplesmente informação geral sobre o estado do país, negócios, informações básicas”, sintetiza a directora-executiva da Aliança para a Internet Acessível.

Segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), quase metade da população global, 46,4 por cento, ainda não está online, e das pessoas com acesso, cerca de 30 por cento tem uma ligação de baixa qualidade ou pouco frequente. Um problema que não é novo, mas que a pandemia veio colocar na ordem do dia, ao acentuar as desigualdades. Em África, por exemplo, apenas cerca de 25 por cento das pessoas tem acesso a serviços digitais. Nos países mais desfavorecidos da Ásia do Sul, a taxa está entre 30 e 35 por cento, e nesse continente, o fosso digital entre homens e mulheres é mais do que 50 por cento.

Para colmatar estas diferenças, Sónia Jorge defende a criação de novas medidas para melhorar o acesso dos cidadãos à rede digital: “A política pública tem de criar um quadro em que reduza os custos gerais da indústria, seja infraestrutura, fiscais ou importações de equipamento. Se um país está realmente interessado em investir no acesso universal à tecnologia, e principalmente à internet, tem então de tomar medidas para subsidiar parte da infraestrutura, do investimento ou subsidiar alguns dos serviços para as populações mais carenciadas”.