Enquanto não forem investigados adequadamente os ataques contra os defensores dos direitos dos indígenas na Costa Rica e os responsáveis não forem processados judicialmente, haverá mais intimidações, agressões e mortes, alerta uma especialista em direitos humanos das Nações Unidas.

Num relatório recente sobre a situação no país, Mary Lawlor manifesta-se profundamente preocupada com a violência contra os ativistas, uma tendência que tem vindo a agravar-se desde março de 2019, data em que foi assassinado o líder indígena bribi, Sergio Rojas, quando reivindicava os direitos dos povos nativos durante a ocupação das suas terras.

De acordo com a relatora especial da ONU, em 1977, a Costa Rica estabeleceu uma norma legal para a redistribuição da terra indígena ancestral ocupada por pessoas não indígenas. Porém, a implementação da lei foi lenta e os líderes indígenas efetuaram requisições pacíficas das terras para devolvê-las ao seu povo. Em resposta a esta medida, os ocupantes não indígenas responderam com violência.

O governo reforçou a presença da polícia nas comunidades afetadas, mas as investigações são inadequadas ou inconclusivas, pelo que as vítimas e seus familiares continuam a ser ameaçados, sublinha Lawlor, dando o exemplo do caso do líder indígena Yehry Rivera, que foi assassinado em fevereiro passado e cuja família tem sido ameaçada e intimidada repetidamente. A especialista em direitos humanos pede, por isso, que as autoridades tomem medidas para acabar com este flagelo.