No arranque do mês de junho, a Colômbia torna-se num novo ponto de trabalho para a ‘Oikos – Cooperação e desenvolvimento’, uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) portuguesa. Em comunicado, os responsáveis pela organização nacional afirmam que viram no “processo de paz” vivido na Colômbia uma “oportunidade para fazer um trabalho de desenvolvimento com perspetiva de longo prazo”.

 

A Oikos refere que a Colômbia é um “país que se encontra ainda em conflito interno em várias regiões”, que apresenta um “grande fluxo de refugiados”, sobretudo originários da Venezuela, que detém uma “elevada criminalidade” e “muitas limitações”, mas que também “apresenta potencial em vários setores”. “É um país cuja história tem muito de superação e transformação e é precisamente nesse campo que a Oikos espera também dar o seu contributo”, destaca o organismo português.

 

De acordo com a ONGD, o nível de pobreza do país “atinge 34 por cento da população, que chega a atingir até 50 por cento no Departamento de Nariño”, local onde a Oikos irá trabalhar. “Isto obrigou a população a procurar novas formas de gerar recursos, muitos deles ilegais, tais como a mineração artesanal, o narcotráfico, a exploração da flora e fauna silvestre, a desflorestação, a prostituição ou a produção de culturas ilícitas”, indica a organização nacional.

 

Perante um “elevado nível de pobreza e famílias em subdesenvolvimento económico, falta de produtividade e rendimentos”, os jovens deparam-se com “poucas oportunidades” e encontram-se desintegrados do tecido social. Será este grupo que a organização portuguesa vai apoiar, durante, pelo menos, os próximos quatro anos, “melhorando as suas capacidades de liderança, dando formação técnica e coaching, apoiando-os a gerir negócios locais e a implementar estratégias de comercialização em mercados locais e nacionais para que aumentem a produtividade e rendimentos, contribuindo para o desenvolvimento das suas comunidades”.

 

O organismo nacional estará presente em três municípios da cordilheira – Taminango, San Lorenzo e Buesaco – e Tumaco, da Costa do Pacífico de Nariño, que “cumprem com os requisitos de vulnerabilidade, escassez de oportunidades económicas e sociais lícitas para a juventude, além de afetados pelo conflito armado”.

 

“Acreditamos que apoiar os jovens – para quem a ausência de alternativas é ainda mais evidente – vai contribuir para tonar as comunidades economicamente mais estáveis, com acesso a meios de rendimento lícitos, à construção de uma sociedade mais integrada e de paz. O foco na população jovem, de zonas desfavorecidas e afetadas pelo conflito vai assumir uma abordagem de direitos que permita a erradicação da pobreza”, afirmam os responsáveis pela organização. A Oikos inicia o seu trabalho com o apoio da União Europeia, e com o parceiro local ‘ADEL – Agencia de Desarrollo Local de Nariño’.