O bem-estar mental dos adolescentes com idades entre os 11 e os 15 anos degradou-se entre 2014 e 2018 em 45 países da Europa e no Canadá, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado esta terça-feira, 19 de maio, que revela também que um em cada quatro adolescentes sente-se nervoso, irritado ou com dificuldades em dormir.

A situação piora à medida que as crianças crescem, com as meninas em maior risco, e Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa, alerta para a necessidade de uma resposta eficaz dos governos a este problema, garantindo aos jovens o acesso a serviços de saúde mental.

De acordo com a OMS, em cerca de um terço dos países, aumentou o número de adolescentes que se sentem pressionados pelos trabalhos escolares, diminuiu o gosto pela escola, e, na maioria dos países, a experiência escolar piora com a idade. O apoio de professores e colegas também diminui à medida que a pressão escolar aumenta.

Quanto a uma possível relação deste problema com o aumento do uso da tecnologia, os investigadores concluíram que as novas tecnologias podem ter benefícios para os jovens, mas também podem aumentar vulnerabilidades e ameaças, como assédio na internet, que afeta meninas de forma desproporcional. Mais de 10 por cento dos adolescentes foram vítimas deste tipo de assédio pelo menos uma vez nos últimos dois meses.