O governador do distrito de Manseriche, no Peru, revelou esta semana que várias comunidades indígenas daquela região têm recusado receber as cestas básicas de alimentos a que têm direito, por temerem que as embalagens dos produtos estejam infetadas com o coronavírus, já que os bens são oriundos da costa peruana.

Para evitar que esta situação se repita noutros pontos do país, os responsáveis da Coordenação Nacional de Direitos Humanos dos Povos Indígenas pediram ao governo diretrizes precisas e específicas para salvaguardar a integridade e os direitos dos povos indígenas que habitam na selva peruana.

“Não se trata apenas de pedidos de ajuda económica, já que o país interrompeu o comércio de alimentos que chegam a estas áreas de difícil acesso, mas sobretudo de medidas de proteção e prevenção sanitária, após a localização particular das comunidades na floresta”, afirmam os dirigentes da organização, citados pela agência Fides.

Uma das medidas reivindicadas, por exemplo, é o controlo sanitário das pessoas que se deslocam a essas comunidades, desde comerciantes a delegados do governo, que podem transmitir o vírus em zonas sem centros de saúde e causar uma verdadeira tragédia, suscetível de exterminar toda a comunidade.