Interior da igreja de Nangololo, em Cabo Delgado, depois de um ataque por homens armados

O Conselho da União Europeia (UE) manifestou esta quarta-feira, 22 de abril, a sua “preocupação” pela degradação da situação humanitária e de segurança na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, e apelou às autoridades moçambicanas que identifiquem os autores dos ataques terroristas e os levem a responder rapidamente perante a justiça.

“O Conselho manifesta a sua preocupação com a deterioração contínua da situação humanitária e de segurança na província de Cabo Delgado e apela às autoridades moçambicanas que tomem medidas eficazes a fim de proteger os cidadãos, levem a cabo investigações para levar os infratores a tribunal e identifiquem o papel das organizações terroristas”, refere um comunicado divulgado após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros.

Na mesma nota, citada pela agência Lusa, a UE disponibiliza-se ainda para “encetar um diálogo a fim de determinar opções eficazes de assistência e apoiar a cooperação transfronteiriça relevante entre Moçambique e os seus vizinhos”, e diz-se pronta a trabalhar com o governo moçambicano “para promover a transformação e diversificação económicas sustentáveis e apoiar o país nas necessárias reformas económicas e políticas de governação”.

As incursões de grupos armados na província de Cabo Delgado já mataram, pelo menos, 400 pessoas desde outubro de 2017. As autoridades moçambicanas estimam que cerca de 162 mil pessoas foram afetadas pela violência, 40 mil das quais deslocadas das zonas consideradas de risco, maioritariamente situadas mais para o norte da província, e que estão a receber assistência humanitária na cidade de Pemba, a capital provincial.