Sílvia já perdeu a conta às máscaras que fez. Os artigos que produz têm como destino o hospital e IPSS do concelho de Leiria

As redes sociais são um meio de difusão de vastos conteúdos, e, nesta altura de pandemia, são também um local de apelos. No meio de uma corrente de informação, Sílvia Antunes deparou-se com um pedido a que decidiu dar uma resposta – fazer máscaras para ajudar a conter a Covid-19.

Sílvia não é costureira, mas tem uma máquina e conhecimentos de costura que lhe permitem apoiar esta missão. A sua preocupação em relação aos mais frágeis à Covid-19, já a tinha levado a fazer máscaras, em algodão, e a enviá-las por correio para os seus pais, que vivem no Algarve. O apelo que mais tarde viu nas redes sociais levou-a a disponibilizar, de forma gratuita, o seu tempo, a sua máquina de costura e a oferecer as suas linhas. O tecido, elástico e arame para a elaboração das máscaras são oferecidos.

Atualmente em regime de layoff, é na Junta de Freguesia de Caranguejeira, território onde reside, que esta funcionária de uma loja de artigos religiosos em Fátima vai levantar os materiais para elaborar as máscaras. Assim como Sílvia, estão 600 pessoas no concelho de Leiria envolvidas nesta missão. O objetivo é fazer um “total de 200 mil máscaras descartáveis”, que têm como destino o hospital de Leiria e cerca de 60 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho, conforme indicou a voluntária, em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA. A dimensão desta tarefa levou Sílvia a recorrer também às redes sociais, numa tentativa de mobilizar mais pessoas para esta causa. O objetivo foi alcançado, e, através de Sílvia, mais pessoas se disponibilizaram para contribuir para esta tarefa. No entanto, o apelo da voluntária para esta missão continua – “Participem para sermos muitos!”

Aos 42 anos, e a viver com o marido e os dois filhos, de 15 e 20 anos de idade, esta tarefa tornou-se num trabalho em família. A Sílvia costura, os filhos e o marido cortam o arame e os elásticos. O filho mais novo faz ainda questão de registar fotograficamente o contributo que a família está a dar para o combate à pandemia. Sílvia faz parte de uma rede de voluntários criada a partir de um apelo do Município de Leiria deixado nas redes sociais. Perante a doação de materiais para a confeção de máscaras, a autarquia recorreu à Internet para apelar à mobilização de cidadãos com uma máquina de costura para colaborarem na confeção de máscaras.

“Somos quatro em casa e todos gostaram muito da ideia de aderir a esta iniciativa. Os meus filhos e marido também ajudam ao cortarem os arames e os elásticos à medida”, disse a voluntária que já perdeu a conta às máscaras que fez. Sabe que foram “muitas, muitas, muitas”, e adianta que este ano, o tão diferente domingo de Páscoa, foi passado “a fazer máscaras em família, com todos a ajudar em casa”.

Sílvia leva a cabo esta missão com um grande sentido de responsabilidade. “Esta é uma forma de nos sentirmos úteis. Os hospitais e instituições precisam de máscaras. Sinto-me bem ao estar a prestar esta colaboração. Se nós pudermos, porque não devemos ajudar? Tento sempre ajudar. Gosto e sinto-me bem por poder prestar este apoio. É uma alegria poder ajudar os outros”, frisa a voluntária.