O futebol é uma modalidade que desperta paixões em todo o mundo. Não só nas zonas mais desenvolvidas, como nas mais pobres e isoladas. Nas paróquias de São Lucas e São Francisco Xavier, no distrito moçambicano de Maúa, diocese de Lichinga, a modalidade sempre se destacou como uma das mais importantes ações de participação comunitária.

Assim sendo, os missionários da Consolata presentes na região decidiram avançar com um projeto para construção de um complexo desportivo, que permitisse não só incentivar a população à prática de atividade física, mas também usar o desporto como um meio de encontro, de formação, de amizade e de promoção dos valores humanos.

“A nossa motivação foi ter à disposição uma estrutura adequada, onde os cidadãos pudessem realizar as suas práticas desportivas com qualidade e fortalecer o tecido sócio-cultural e ético-religioso. Ao projetarmos este campo desportivo comunitário planeámos também oferecer cursos de dança, música, teatro, pintura, escultura, literatura, rádio, para ajudar a integrar a juventude estudantil e não estudantil, por forma a usufruírem de programas atrativos, como caminhada saudável, ginástica e musculação para todos, amigos em movimento, rua de lazer ou lazer itinerante”, explica o padre José Amorocho, vigário das duas paróquias e um dos responsáveis pelo projeto.

A nova infraestrutura, construída numa zona economicamente muito pobre, onde a maioria das comunidades vivem da agricultura de subsistência, está dotada com dois campos para a prática de futebol de cinco, um campo de andebol, um recinto de basquetebol e um para o voleibol. Custou cerca de 23 mil euros, financiados por um doador privado italiano.

Com este projeto, os missionários acreditam que podem contribuir também para afastar os jovens do caminho da delinquência, sobretudo os que se sentem tentados a ingressar nas fileiras dos grupos armados “que têm vindo a semear o terror em algumas aldeias próximas da fronteira com a província de Cabo Delgado”.