Foto: EPA/DAVID FERNANDEZ

«Basta ver o que está a suceder nas ruas para perceber que o que aí vem será catastrófico, já que a população vive o seu dia a dia e não tem os meios essenciais para lidar com este vírus», alerta Renold Antoine, um missionário redentorista que trabalha há vários anos no Haiti.

Numa carta enviada à agência Fides, onde descreve a realidade do país após os primeiros casos de contágio com a Covid-19, o sacerdote recorda que o Presidente já declarou o estado de emergência sanitária e que as igrejas foram encerradas, passando as celebrações a ser transmitidas através das redes sociais.

«Desafortunadamente, isto é só o começo de algo que, como verificamos em todos os países, envolve toda a população e provoca muitas mortes. É suficiente ver como se desenvolve a vida da população nas ruas, todos os dias. Não há água potável em lugar nenhum para lavar as mãos, não há eletricidade nas casas e nem sequer há hospitais. Muitas pessoas vivem na rua, pelo que é muito difícil permanecer encerradas em algum lugar», relata o missionário.

O Haiti, um dos países mais pobres do continente americano, enfrenta a emergência sanitária do coronavírus com muito poucos recursos. O país vive uma emergência de saúde «permanente», por falta de um sistema nacional de saúde eficaz. Muitos dos cuidados de saúde básicos são prestados pelas clínicas das organizações não governamentais e da Igreja.