Espaço criado para fomentar o diálogo entre as diferentes comunidades religiosas na região norte da Costa do Marfim vai disponibilizar sanitários públicos aos visitantes, ao abrigo de um projeto que visa proteger o meio ambiente
Espaço criado para fomentar o diálogo entre as diferentes comunidades religiosas na região norte da Costa do Marfim vai disponibilizar sanitários públicos aos visitantes, ao abrigo de um projeto que visa proteger o meio ambienteOs missionários sonharam e a obra nasceu. O Jardim da amizade, criado na localidade de Marandallah, na região norte da Costa do Marfim, por iniciativa do missionário da Consolata português João Nascimento, já se transformou num local de encontro e comunhão entre os grupos étnicos e religiões locais. Num espaço cultural, espiritual e de lazer, que cria verdadeiras pontes entre as diferentes comunidades religiosas, a começar pelo diálogo entre muçulmanos e católicos, já que o terreno para a construção do parque foi doado à Igreja Católica por um líder muçulmano. Muito visitado pela população local, por quem está em passeio pela zona e sobretudo pelas crianças, o espaço carece, no entanto, de um plano adequado de limpeza e saneamento, que permita proteger o sistema ecológico e dar maior conforto aos visitantes. Para preencher esta lacuna, os missionários lançaram um projeto para a construção de uma dezena de sanitários públicos e conseguiram que um benfeitor norte-americano doasse 5. 600 euros, para financiamento das obras. a comunidade local comprometeu-se a contribuir com 400 euros e a assegurar a manutenção e a limpeza da nova infraestrutura. atualmente, quando organizamos eventos, as pessoas têm que utilizar o mato como latrina, com consequências negativas para o meio ambiente, para a salubridade do lugar e para a saúde pública. a criação de 10 sanitários permitirá que atividades culturais, religiosas e de lazer sejam realizadas com grande afluência e com melhor comodidade para os visitantes, explica o padre John Odunga, responsável pelo projeto. Marandallah fica a mais de 500 quilómetros da capital, abidjan, e a sua economia assenta na agricultura, que depende das chuvas e dos métodos tradicionais. Tem uma taxa elevada de analfabetismo, as crianças são obrigadas a participar nas atividades agrícolas e domésticas, e a pobreza é generalizada. as mulheres são usadas como força de trabalho, enfatizando seu papel de subordinação em relação aos homens e são poucas as que arriscam empreender no seu próprio negócio, devido à configuração do tecido social.