Estudo pioneiro sobre a biodiversidade mundial alerta para o desaparecimento de espécies que sustentam o sistema alimentar, o que pode ameaçar severamente o futuro dos alimentos, da subsistência, da saúde e do ambiente
Estudo pioneiro sobre a biodiversidade mundial alerta para o desaparecimento de espécies que sustentam o sistema alimentar, o que pode ameaçar severamente o futuro dos alimentos, da subsistência, da saúde e do ambienteas conclusões extraídas do primeiro estudo global sobre o estado da biodiversidade mundial levaram a Organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação (FaO) a alertar que, uma vez perdidas as espécies que apoiam o sistema alimentar e sustentam as pessoas que plantam e fornecem os alimentos, fica em causa o futuro do planeta. O relatório é muito claro. Estamos a assistir a um empobrecimento da biodiversidade em todos os âmbitos, na agricultura, na pecuária, na pesca e nas florestas, sublinha o diretor-geral assistente do departamento da FaO para Clima, Biodiversidade, Terra e Água, René Castro. Segundo a FaO, a biodiversidade para os alimentos e agricultura são todas as plantas e animais, silvestres e domesticados, que fornecem alimentação, combustível e fibras. É também a abundância de organismos que apoiam a produção de alimentos através de serviços ecossistémicos, chamados de biodiversidade associada, onde se incluem todas plantas, animais e micro-organismos como insetos, morcegos, pássaros, manguezais, corais, ervas marinhas, minhocas, fungos e bactérias que mantêm os solos férteis, polinizam as plantas, purificam a água e o ar, mantêm peixes e árvores saudáveis e combatem pragas e doenças de colheitas e do gado. Ora, de acordo com as informações fornecidas pelos 91 países abrangidos pelo estudo, algumas das espécies de alimentos silvestres e muitas espécies que contribuem para os serviços de ecossistemas vitais para a alimentação e agricultura, incluindo polinizadores, organismos do solo, e inimigos naturais das pragas estão a desaparecer rapidamente. a região da américa Latina e Caraíbas apresenta a maior queda no número de espécies de alimentos silvestres, seguida pela Ásia e Pacífico e pela África. Entre as principais causas identificadas para a perda de biodiversidade estão as mudanças no uso e gestão da terra e da água, seguidas pela poluição, superexploração e colheitas em excesso, mudança climática e crescimento populacional e urbanização. Nos últimos 10 anos, os desastres naturais também tiveram um efeito significativo na biodiversidade para alimentação e agricultura. Trinte e dois países, por exemplo, mencionaram, ter tido dificuldades com secas e ondas de calor, entre eles estão angola, argentina, Nicarágua e Peru. Para o diretor-geral da FaO, José Graziano da Silva, a biodiversidade é fundamental para proteger a segurança alimentar global, sustentar dietas saudáveis e nutritivas, melhorar os meios de subsistência rurais e melhorar a resiliência das pessoas e comunidades, pelo que deve ser usada de forma sustentável para que se possa responder melhor aos crescentes desafios das mudanças climáticas e produzir alimentos de uma maneira que não prejudique o meio ambiente.