Grupo de investigação criado pelo Conselho de Direitos Humanos documentou ações que podem ser consideradas crimes de guerra e contra a humanidade, cometidas depois de assinado o acordo de paz entre as partes em conflito
Grupo de investigação criado pelo Conselho de Direitos Humanos documentou ações que podem ser consideradas crimes de guerra e contra a humanidade, cometidas depois de assinado o acordo de paz entre as partes em conflito a Comissão de Direitos Humanos da ONU para o Sudão do Sul revelou novas provas de violações graves no país, que podem ser consideradas crimes de guerra e contra a humanidade. Entre as ações documentadas, cometidas após a assinatura do acordo de paz, em outubro do ano passado, estão ataques a civis, destruição de propriedades e deslocamentos forçados, além de níveis chocantes de violações e de violência sexual a mulheres e meninas de até sete anos. O relatório, apresentado esta quarta-feira, 20 de fevereiro, em Genebra, na Suíça, detalha ainda casos de detenções arbitrárias feitas pela agência de segurança nacional, tortura, abuso de presos, mortes sob custódia e desaparecimentos forçados. Um desses factos é o do advogado de direitos humanos Dong Samuel, desaparecido há dois anos. Segundo os investigadores, a situação no país piorou de uma forma marcante, sobretudo no que se refere ao aumento de violações de mulheres e meninas entre novembro e dezembro do ano passado, com particular incidência no estado de Liech do Norte. O estudo sublinha também que os líderes sul-sudaneses não fizeram progressos em relação à criação do tribunal híbrido da União africana e do Sudão do Sul, da Comissão da Verdade, Reconciliação e Cura e a autoridade de Compensação e Indemnização, instituições que estavam previstas no acordo de paz de 2015. Yasmin Sook, presidente da comissão, disse haver um padrão que foi observado na forma como os combatentes atacam as aldeias, saqueiam as casas, tomam as mulheres como escravas sexuais e, em seguida, incendeiam as casas frequentemente com as pessoas dentro delas. Não há dúvida de que esses crimes são persistentes porque a impunidade é tão enraizada que é quebrado todo tipo de norma, acrescentou.