Especialistas em direitos humanos associam o aumento da violência contra as comunidades negras rurais à instabilidade Política que se vive no país, com consequências nos conflitos pela posse da terra
Especialistas em direitos humanos associam o aumento da violência contra as comunidades negras rurais à instabilidade Política que se vive no país, com consequências nos conflitos pela posse da terra O ano de 2017 pode ser o mais violento da última década para os descendentes de escravos negros (quilombolas), no Brasil, segundo dados da Coordenação Nacional de articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONaQ), que até agora já contabilizou 14 assassinatos. Seis das vítimas lideravam movimentos de luta pela posse da terra. Das 14 vítimas mortais registadas este ano, 10 ocorreram na região da Bahia, ou seja mais de 70 por cento do total. Tenho visto que tanto na questão quilombola quanto na questão agrária em geral, teve um aumento significativo da violência a partir do processo de “impeachment [que destituiu Dilma Rousseff], aponta Fernando Prioste, advogado da organização Terra de Direitos. Para Givânia Silva, da CONaQ, a instabilidade e a posição do governo, declaradamente contrária aos trabalhadores pobres do campo e da cidade, têm favorecido, e muito, o agravamento da matança de quilombolas em 2017. a responsável destaca, a esse propósito, os retrocessos e os cortes nas verbas destinadas à política quilombola para regularização das terras.