Prelados consideram que as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a questão das terras e dos povos indígenas apenas pretendem criminalizar os movimentos que apoiam os nativos
Prelados consideram que as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a questão das terras e dos povos indígenas apenas pretendem criminalizar os movimentos que apoiam os nativos a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota em defesa dos povos indígenas, após serem conhecidas as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Fundação Nacional do Índio (FUNaI) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma agrária (INCRa). Os bispos consideram os resultados uma evidente tentativa de intimidar o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Não existe nenhum fazendeiro indiciado. Somente pessoas que lutam pela vida dos povos indígenas. Isso prova que são iniciativas parciais. O direito dos povos originários não é refletido. a CPI não criou possibilidade de diálogo para debater a questão das terras, das culturas indígenas. Tudo o que pretende é criminalizar os movimentos, afirmou Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na apresentação do documento aos jornalistas. O relatório indicia mais de 100 pessoas, entre elas religiosos, padres e um bispo, o que leva Steiner a acusar o atual Congresso de privilegiar o capital, em detrimento dos avanços sociais e dos direitos dos povos: Sentimos que há uma pressão contra os povos originários e os mais pobres. a conjuntura política do país olha para o mercado e não para as pessoas.como resultado temos um aumento da violência no campo, inclusive no período em que acontecia o inquérito. Para o cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, os responsáveis pelo relatório agiram de forma anti-democrática. a falta de diálogo com a CNBB mostra que são iniciativas sem legitimidade. a CPI desconsiderou dezenas de requerimentos de alguns de seus membros, não ouviu o CIMI e outras instituições citadas no relatório.