«Distribuição territorial desequilibrada» das cantinas sociais motiva a substituição deste modelo pela distribuição de cabazes com alimentos como a carne, peixe e legumes. a transição será «pacífica» para que ninguém fique «desprotegido»
«Distribuição territorial desequilibrada» das cantinas sociais motiva a substituição deste modelo pela distribuição de cabazes com alimentos como a carne, peixe e legumes. a transição será «pacífica» para que ninguém fique «desprotegido»O governo português vai trocar as cantinas sociais pela entrega de cabazes de alimentos aos mais desfavorecidos. Para isso, irá recorrer ao Fundo Europeu de auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEaC), conforme revelou Cláudia Joaquim, secretária de Estado da Segurança Social. a medida deverá beneficiar cerca de 60 mil cidadãos.
Dos cabazes fará parte a carne, peixe e legumes congelados, de forma a cobrir as necessidades nutricionais diárias dos beneficiários, em 50 por cento. Não pretendemos que num determinado dia do ano deixe de haver cantinas sociais e no dia seguinte exista distribuição de alimentos, mas pretendemos que possa haver uma transição pacífica e que não deixe ninguém desprotegido, explicou a responsável, em declarações à agência Lusa, adiantando que serão tidos em consideração os casos de pessoas que não tenham condições para confecionar alimentos.
Um relatório do Ministério do Trabalho, da Solidariedade Social, que avalia o modelo das cantinas sociais, foi divulgado esta terça-feira, 24 de janeiro, e dá conta de uma distribuição territorial desequilibrada, sobredimensionamento da oferta de refeições e inexistência de mecanismos sólidos de controlo da execução física e financeira da medida. Tais conclusões levam o grupo de trabalho responsável pelo estudo a considerar adequado que seja definido um prazo limite para a duração desta medida.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, aceita a mudança. Estou a favor desta ajuda, é essencial para muitas famílias, mas considero que a distribuição de produtos alimentares deve ser feita desde que se assegure outra prestação de serviços como o pagamento de água, luz, gás. Isto para que as pessoas possam confecionar as refeições, realçou.
O responsável propõe a distribuição de vales universais de compras para que as pessoas possam ir aos sítios onde costumavam ir para poder confecionar com liberdade as suas refeições. Para Eugénio Fonseca, tal prática seria uma forma de combater a pobreza envergonhada.
além disso, o responsável acredita que os vales de compras seriam uma forma de assegurar a ocupação das pessoas, uma vez que enquanto pensam na organização do dia, na ementa, na ida às compras e na confeção das refeições, não pensam na situação dolorosa em que se encontram. Podem ser evitadas depressões, destaca.