Sozinhos podemos fazer muito pouco, mas juntos e em rede, podemos combater este flagelo e ir construindo um mundo mais justo e mais humano
Sozinhos podemos fazer muito pouco, mas juntos e em rede, podemos combater este flagelo e ir construindo um mundo mais justo e mais humanoCada ser humano é terra sagrada, e o seu corpo é o templo do Senhor, que nós não podemos permitir que seja profanado e comercializado. Da mesma maneira que o zelo de Jesus pela casa de Seu Pai fez que expulsasse os vendilhões do Templo, assim também nós estamos chamados a defender, com esse mesmo zelo, cada um dos nossos irmãos e irmãs, não permitindo que a sua dignidade seja profanada e gritando desde os telhados. Este é um dos princípios que emana da 2a assembleia Europeia da Religious European Networking against Trafficking and Exploitation (RENaTE), que reuniu em Roma um grupo de 130 pessoas provenientes de 27 países europeus, sob o lema: Terminar com o tráfico de seres humanos começa por nós.com a ajuda de alguns facilitadores, fomos refletindo sobre a situação de tantos irmãos e irmãs que sofrem nas mãos de perpetradores sem consciência, que usam seres humanos como mercadoria a ser comercializada em proveito próprio. O ser humano não está à vendaForam dias intensos de muita escuta e partilha sobre um tema tão forte e, ao mesmo tempo, tão atual que, como nos diz o Papa Francisco, é um flagelo no nosso tempo e uma expressão da moderna escravidão. À medida que os dias iam passando e íamos escutando a experiência dos participantes – religiosas, religiosos e organizações não governamentais – que trabalham no terreno e experimentam diariamente as dificuldades que esta realidade traz consigo, ia crescendo em mim um sentimento de pequenez que me ajudava a tomar consciência do nosso lugar de simples criaturas de quem o Senhor se quer servir para levar adiante a Sua obra. Somos apenas instrumentos nas Suas mãos. ao mesmo tempo, ia ficando claro para mim que, desde a nossa pequenez, e diante de um problema social tão complexo, sozinhos podemos fazer muito pouco, mas juntos e em rede, podemos combater este flagelo e ir construindo um mundo mais justo e mais humano. O próprio Papa, que nos recebeu em audiência particular, nos alertava para a necessidade de combater a indiferença que nos aliena e nos fecha diante do sofrimento e da dor.combater esta globalização da indiferença e sensibilizar para o tema tantos irmãos e irmãs que ainda estão longe destas questões é, pois, uma prioridade que nós, CaVITP em Portugal, lançamos a todos os leitores.