Filhos e netos de revolucionários criaram um movimento na Guatemala para lutar contra o extrativismo selvagem e o abuso das empresas nacionais e internacionais em territórios indígenas
Filhos e netos de revolucionários criaram um movimento na Guatemala para lutar contra o extrativismo selvagem e o abuso das empresas nacionais e internacionais em territórios indígenasEstamos cansados dos abusos das hidroelétricas, das monoculturas de palmeira, da exploração mineira e petrolífera, e estamos dispostos a dar a vida pela água, pelas montanhas, por toda a herança ancestral que o Criador nos deixou. Esta foi a mensagem deixada pelo subcomandante Toledo, num vídeo posto a circular esta semana nas redes sociais, para anunciar a criação das Forças armadas Camponesas (FaC), na Guatemala. O movimento, criado por filhos e netos de revolucionários e lutadores pelo equilíbrio da mãe natureza, surgiu na região de Ixquisis, no departamento de Huehuetenango, e adverte que não pretende lutar contra as instituições guatemaltecas, mas apenas contra as empresas extrativas e os seus abusos. Nesse sentido, faz um apelo a todos os camponeses que unam esforços para expulsar as empresas transnacionais responsáveis pela destruição da natureza. Estamos prontos para agir contra os interesses particulares e corporativos e não vamos deixar que destruam a mãe terra, afirma o líder das FaC na sua mensagem, onde aconselha os responsáveis e funcionários das multinacionais a retirarem-se amigavelmente dos territórios ancestralmente indígenas, antes de se iniciarem as eventuais ações de luta armada.